Foto: Divulgação
Gabriel Alves Pozzo busca reconquistar o título, após ficar com o bronze em 2024
Em um mês, Santa Maria voltará a viver o clima da sua principal corrida de rua. No dia 19 de outubro, a cidade sediará a 3ª edição da Maratona de Santa Maria, que neste ano deve reunir 3,5 mil corredores. Entre eles estará o santa-mariense Gabriel Alves Pozzo, campeão da prova inaugural em 2023, terceiro colocado em 2024 e agora em busca de retomar o lugar mais alto do pódio.
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– Eu falo "nossa maratona" porque eu participei desde a primeira, tava ali junto com o pessoal, então me sinto parte desse evento. E cada ano ela cresce um pouco mais. (O número de) 3.500 participantes mostra o bom trabalho que vem sendo feito. Fico muito feliz em poder estar mais uma vez me preparando para representar a cidade da melhor forma – destacou o maratonista em entrevista ao programa Papo D Esporte, da Rádio CDN.
Preparação intensa
Aos 28 anos, Gabriel vive a rotina dupla de engenheiro e atleta. Ainda assim, a preparação para outubro é feita em ritmo profissional, com treinos diários que somam dezenas de quilômetros. Ele explica que a estratégia tem sido intensificar os treinos na parte mais dura do trajeto:
– Estou treinando muito bem, descansando, me alimentando muito bem. Seria hipocrisia falar que não chegamos com um um certo favoritismo para a prova, porque eu conheço cada metro do percurso. Estou treinando no percurso praticamente todos os dias e minhas rodagens. Tenho focado bastante na segunda metade do percurso, que é mais técnica, com mais subidas.
O atleta já projeta um desempenho para além do pódio:
– Quero fazer uma prova mais estratégica, mais inteligente e mais conservadora. Quem sabe eu consiga melhorar a minha marca e com isso brigar pelo título. Com 2h24min dá para almejar o primeiro lugar, mas quero tentar bater o meu recorde e quem sabe do percurso, por que não? Esse é o foco. Sempre é possível melhorar.
Desafios e busca por apoio
Pozzo lembra que a vida de maratonista no Brasil exige conciliar treinos com o trabalho como engenheiro, já que a premiação não garante sustento. O campeão da prova santa-mariense, por exemplo, leva R$ 10 mil.
– Isso significa, na prática, cerca de R$ 2,5 mil por mês de preparação. É muito difícil se manter do esporte. Nós lutamos com as armas que temos. Hoje, minha profissão permite um pouco mais flexibilidade, mas a gente está sempre em busca de parceiros e patrocinadores. Depois que eu fui campeão da primeira edição, veio bastante coisa bem legal, mas depois que fiquei em terceiro lugar, os parceiros sumiram. É muito fácil apoiar quando o atleta está por cima, mas o verdadeiro apoio vem quando o atleta ainda está na construção – reforçou.
Nos últimos anos, o corredor tem conquistado espaço também fora das pistas, com forte presença nas redes sociais. Seu Instagram reúne quase 41 mil seguidores, onde compartilha treinos, dicas e bastidores da rotina.
– Tenho um Instagram bem ativo. Meu propósito está escrito na minha bio: "te ajudo a melhorar na corrida usando a tua mente", usando o que a gente tem de mais poderoso que é a mentalidade. E um canal no YouTube, onde eu mostro meus treinos, em alguns momentos faço aulas específicas. Estamos sempre tentando ajudar as pessoas, mostrando que existe um caminho e que todo mundo pode.
A importância do equilíbrio
A rotina de Gabriel é marcada por treinos intensos, acompanhamento de nutricionista e treinador, mas também pelo equilíbrio. Ele admite que, mesmo na preparação, não abre mão de momentos de prazer:
– Quando tu encontra um equilíbrio, as coisas acontecem de uma forma muito mais natural. Eu não deixo de comer uma pizza no sábado à noite. Eu tenho um bordão que é, "se tem pizza, tem RP". Sempre que que eu como pizza antes de uma prova, sai um recorde pessoal. Tem gente que não pode comer a pizza, que se sente mal, mas para mim funciona e eu repito.
Gabriel argumenta ainda que a moderação deixa o alimento ainda mais gostoso:
– Quando se tem disciplina, se aproveita muito mais o sorvete, se aproveita muito mais o chocolate, é até mais gostoso, porque a gente come com gosto. É a doce recompensa: passou a prova, comemora. Isso é muito importante para manter o ciclo do hábito, que é tu percorrer meses de preparação, executar e, depois, ter a recompensa.
Expectativa pela prova
Sobre os adversários, Pozzo ainda não tem clareza de quem estará na largada, já que as inscrições definitivas não foram divulgadas. Mas o nível deve ser novamente elevado, com presença de estrangeiros.
Com a reta final da preparação pela frente, o santa-mariense mantém a confiança e aposta na fé e na possibilidade de viver o lugar mais alto do pódio mais uma vez:
– 2023 foi tão bonito aquela chegada, aquela música, só de lembrar arrepia. Estou me dedicando muito, treinando muito, eu durmo e acordo pensando nessa prova. A gente vai entregar o melhor e Deus sabe de tudo. Se Deus quiser, vai dar tudo certo esse ano.
Confira a entrevista completa
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